quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

letter of intentions

Serei sempre clássica. Tenho uma Audrey Hepburn dentro de mim (pena não ter também na parte de fora...) que tendenciosamente me faz gostar das coisas mais intemporais, simples, discretas. O preto é o meu braço direito, esquerdo e todos os meus membros, e como melhores amigos tenho o cinzento, o branco e, apesar de morrer na minha pele, o bege. Com os anos fui-me tornando mais extravagante, mais open-minded, mas a minha história pessoal está cheia, cheíssima, de faux pas no que à moda diz respeito. 
Tenho obviamente coisas a mais. Além de dois roupeiros, um charriot no meio da sala, sapatos pelo quarto (shame on me) e pelo sotão, tenho ainda os "não estou a usar agora", "como consegui comprar isto?", "daqui a uns anos vai estar de novo na berra" em casa dos meus pais, que enchem... três armários. Tudo para, como diz a sábia Maria, "nunca ter nada para vestir". E, acrescento eu, para passar a vida nas compras - é mais forte que eu; uma peça de roupa nova promete sempre mundos que nos parecem impossíveis  - mais confiança, mais força de vontade, mais auto estima... 
Ainda não alcancei aquilo a que se costuma chamar um estilo próprio. Sou um work-in-progress, influenciável por editoriais, campanhas, imagens daqui e dali. Tenho a minha quota parte de loucura, já misturo coisas que há uns anos, quando dava demasiada importância ao que os outros iam pensar, nunca usaria fora de quatro paredes. Será que os 28 contam para alguma coisa? Agora "ando numa" de dourado. Imagine-se! Eu que fugi dele como o diabo da cruz! Os acessórios que procuro por estes dias lembram ouro, e misturam-se com muito preto. Mas também sou fã desta nova onda militar-chic: agrada-me quando transformam peças mais rebeldes em roupa que nos deixa ainda mais femininas. E os tons nude, amo! Se é verdade que vou parecer uma desenterrada se me aventurar num look desses, aproveito para dizer que já resolvi a questão - misturar é a palavra-chave. Junta-se a uma cor pálida um laranja, um verde tropa ou um preto (tinha de ser), e deixa de haver problema. And, last but not least, continuo viciada em tachas e lantejoulas incrustadas. A minha nobre intenção, aliás, era usar todos os dias qualquer coisa que brilhasse, para me pôr mais up - sabem quando vemos aqueles mix and match com casaquinhos ou coletes de noite que ficam p-e-r-f-e-i-t-o-s para ir trabalhar? É isso que tenho em mente. 
Bom, mas de momento o que preciso mesmo, além do trench Burberry que lá terá de ser da Zara, do vestidinho esvoaçante Valentino para um dos cinco casamentos que já têm data que ainda não tem substituto, ou das sandálias Fendi que facilmente (quero convencer-me disso) serão copiadas por uma cadeia de lojas amiga, é de umas clogs - para usar ontem. E de umas calças cigarette de cintura subida. E de um anel com cabeça de tigre, como os da Cartier. E de uma carteira Alexander Wang. E de outro relógio Michael Kors. E de...

1 comentário:

Angie disse...

Porque é que achamos que precisamos de sempre mais qualquer coisa?!
Tal como tu, hoje uso coisas que nem ousava sonhar que vestiria há uns anos atrás. A maturidade e a confiança além do simples I don't care com o que pensam os outros fazem muito. Leggings como calças, blazer, red lips, vestidos ou saias: NO WAY há uns tempos!! Agora venham eles todos e em grandes quantidades.