domingo, 28 de março de 2010

la prima donna

As grandes marcas de luxo estão mortas. Viva o imperador! É mais ou menos este o conceito por detrás do documentário "Valentino: The Last Emperor", que vi há cerca de uma semana. A história, percebe-se pelo título, centra-se na figura de Valentino Garavani, fashion designer italiano e um dos últimos representantes da arte da alta costura. Tratado como um verdadeiro imperador, respeitado como poucos monarcas, o criador tem à sua volta uma equipa liderada por Giancarlo Giammetti (trabalhador incansável, seu companheiro de longa data e parceiro de negócios desde há décadas); este exército está ao seu dispor para aceder a todos os caprichos, mudanças de humor, "birras" ou alterações de última hora. Pelo que se vê no filme, muito do sucesso de Valentino deve-se à máquina que o sustenta, que trabalha na retaguarda para fazer erguer o impossível, para plantar as coisas "triviais" a que o designer não dá a menor importância; Valentino apenas se dedica ao glamour. Filmado numa altura em que a marca foi vendida e que a retirada do maestro foi anunciada, este documentário mostra o outro lado de um designer que, apesar de construir mundos de sonho (sou fã absoluta dos seus vestidos), parece estar demasiado preso à contemplação do seu umbigo.

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